REVISTA SÃO MAMEDE

quinta-feira, 5 de março de 2015

Hugo Motta é tachado de moleque durante reunião da CPI da Petrobrás e responde: Não tenho medo de grito. Da terra que vim, homem não grita — disse Motta, que irá anunciar os sub-relatores.

A CPI- Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras teve seu início nesta quinta-feira (05) e começou com bate-boca e quase violência.  O presidente da CPI, o deputado paraibano, Hugo Motta (PMDB) foi humilhado e ainda chamado de moleque pelo deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA).
O parlamentar, Hugo Motta tem apenas 26 anos, mas já está no seu segundo mandato. O deputado, tem sua base política na cidade de Patos, tem origem em uma família de políticos, onde atualmente, seu pai, Nabor Wanderley (PMDB) é deputado estadual na Paraíba e sua avó, Francisca Motta (PMDB) é prefeita de Patos.
O motivo do desentendimento e que por pouco não teve agressão física, foi que Hugo Motta anunciou sua intenção de criar quatro sub-relatorias e indicar os deputados para integrá-las, sem acordo com o relator Luiz Sérgio (PT-RJ) ou com os partidos do bloco que dá apoio ao governo, PPS, PSOL e PSB.
O desacordo e desconsideração sobre os vários pedidos de colegas para que houvesse uma negociação criaram a ira dos parlamentares presentes. Hugo não deixou que os parlamentares contrários à sua intenção pudessem se manifestar, argumentando que, como o regimento é omisso sobre a indicação de sub-relatores, ele iria indicar os nomes.
O deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) exaltou-se. Deixou sua cadeira e se posicionou em frente ao presidente da CPI, chamando-o de moleque, aos berros. O paraibano respondeu sem desrespeito:
— Quero deixar bem claro aqui que não admitirei desrespeito. Quem manda aqui é o presidente, seguindo o regimento — afirmou Motta, também aos gritos e emendou: — Cabelo branco não é sinal de respeito — desabafou.
Vários deputados entraram na briga para evitar a violência física e conter os gritos e exaltação de ambos os envolvidos.
— Não tenho medo de grito. Da terra que vim, homem não grita — disse Motta, que irá anunciar os sub-relatores.
Pouco antes da troca de farpas, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) apresentou questão de ordem para que o relator apresente o seu plano de trabalho antes da indicação dos sub-relatores. Ela argumentou que as sub-relatorias podem ser dispensáveis.
— Sabemos que as sub-relatorias estão sendo criadas para dar representatividade partidária à CPI, mas o trabalho do relator não é partidário.
O presidente decidiu criar as sub-relatoria de superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias; a de constituição de empresas com a finalidade de praticar atos ilícitos; a de superfaturamento e gestão temerária na construção e afretamento de navios de transporte, navios-plataforma e navios-sonda, e a de irregularidades na operação da companhia Sete Brasil e na venda de ativos da Petrobras na África.
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) disse estranhar que o presidente indique sub-relatores.
— Apesar de não existir previsão regimental para a criação de sub-relatorias, em outras CPIs isso sempre foi feito pelo relator e não pelo presidente.
O deputado Afonso Florence (PT-BA) pediu ao presidente da CPI que seja feito um acordo entre os partidos, com base na proporcionalidade partidária, para a ocupação das anunciadas quatro sub-relatorias.
Além de criar as sub-relatorias, o deputado Hugo Motta confirmou que a comissão só vai investigar os fatos e o período que constam do ato de sua criação. Isso significa que a CPI vai se concentrar no período entre 2005 e 2015, conforme decisão anunciada pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Na manhã desta quinta, também foram eleitos os vice-presidentes da CPI. A 1ª vice-presidência será ocupada pelo deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), a 2ª pelo deputado Félix Mendonça (PDT-BA) e a 3ª vice-presidência pelo deputado Kaio Maniçoba (PHS-PE).

Portal do Litoral com PBagora

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