Alguém pode até taxar de oportunista a atitude do deputado
Antônio Mineral (PSDB), em resolver ficar apoiando o governador Ricardo
Coutinho(PSB), no instante em que todos os outros
companheiros de partido, acompanharam o senador Cássio Cunha Lima, após o
rompimento da aliança construída em 2010.
Entendo eu, que a função do deputado, além de fiscalizar o
Poder central é também a de reivindicar ações em favor dos seus eleitores, ou
seja, das regiões onde foi votado.
A ninguém, por mais que os
beijinhos de Cássio ou os caracóis dos longos e bem cuidados cabelos de
Veneziano cative, pode, de sã consciência, ignorar o que o atual governador vem
realizando em toda a região das Espinharas, justamente na região de atuação
mais efetiva do deputado de Passagem.
São obras de interesse
coletivo do mais alto teor que até podem ter vindo sem a intercessão de Mineral
(algumas, é claro, provenientes do Orçamento Participativo), mas, como foram
realizadas em sua área de atuação, obrigam-no a agradecer ao governante, em
nome dos habitantes da área.
Na verdade, como único
representante do Sertão, depois da cassação de Dinaldo e a renuncia de
Francisca Mota para assumir a Prefeitura, o deputado tucano esteve sempre ao
lado de Ricardo, apoiando suas ações, tal qual alguns dos colegas desertores,
e, por conseguinte, tendo a chance de cobrar e de reivindicar em defesa das
melhorias que vêm sendo trazidas.
A atitude do deputado Antônio Mineral, deveria, isso sim, ser
alardeada como sendo um ato de profundo reconhecimento e nunca como atitude de
cunho eleitoreiro. Fosse assim, em virtude de votos, o deputado teria seguido
os colegas na fuga em busca de Cássio, depois de passarem mais de três anos
recebendo favores governamentais.
Todos sabemos que o
governador Ricardo Coutinho não é dado a afagos e a mimos exagerados –
principalmente em relação a deputados -, mas, quem na Paraíba, adversário ou
não, pode fazer vistas grossas ao seu trabalho disseminado por todo o Estado?
Qual o paraibano - política a parte - pode ignorar os quilômetros de rodovias,
as adutoras, os canais – quando falo de canais, lembro logo o do Frango, a
chamada “obra do século” – a melhoria na educação e na saúde, a força que deu
aos policiais que hoje podem prender infratores sem primeiro ter que saber de
quem é filho, a que facção política pertence?
Claro que o governo de RC
tem falhas. Funcionários reclamam baixos salários; policiais brigam por
elevação nos soldos, políticos, esquecendo-se que fizeram o mesmo, às vezes até
em maiores proporções, vão à imprensa, divulgam manifestos, esperneiam contra
demissões, mas, no que pesem as reclamações, algumas até com muita justiça, é
preciso que nós, os sertanejos de Patos, imitemos o deputado Antônio Mineral e
agradeçamos com independência, por tudo que tem sido feito em nosso benefício
pelo atual governante.
Lembremo-nos da Ponte do
Jatobá, que brevemente será entregue ao tráfego, inclusive com todos os acessos
asfaltados, tempo atrás lançada com estridente foguetório, pelo Governador
Maranhão que, o que gerou depois da tal pedra fundamental, foi a retirada de
materiais por parte de fornecedores que não receberam pelo que forneceram para
a fictícia obra; lembremos da centenas de casas populares que já foram e as que
brevemente serão entregues à população carente;
Lembremos do esgotamento
sanitário que está sendo construído no Jardim Guanabara; a entrega do
Rodoshopping Edvaldo Mota, cuja construção vinha se arrastando há mais de dez
anos; as melhorias procedidas na Maternidade Peregrino Filho e no Hospital
Regional Janduhy Carneiro; lembremos, finalmente, do Centro de Oncologia, em
fase de construção e, com isenção de ânimo, aquilatemos os benefícios que trará
aos infelizes portadores de câncer, que hoje têm que se deslocar até Campina
Grande ou João Pessoa, em busca de tratamento. Quem antes, fez tanto por Patos?
Nunca usei, nem jamais
usarei este espaço, para fazer política em favor de quem quer que seja. Talvez
até alguém pense o contrário, mas isso pouco me importa, estou pouco me
lixando. O que sempre pretendi, mesmo desgostando os que pensam contrariamente
a mim, foi e será apenas fazer justiça, não importando a quem, nem a qual
partido pertença.
No deputado Antônio Mineral,
por exemplo, nunca votei, mas, sou obrigado, pelo meu comportamento como
formador de opinião pública, a reconhecer sua louvável atitude de agradecer ao
governador pelos benefícios que trouxe a sua região E olhe que reconhecimento
por parte de políticos é raríssimo, na maioria deles, falam mais alto a barriga
e o bolso.
O que diriam, por exemplo,
os moradores de Assunção até Patos, eleitores em potencial do deputado, se
soubessem que ele, aproveitando-se do canto da seria cassita, tivesse dado as
costas àquele que é hoje o maior benfeitor de toda aquela área, com a
construção da Rodovia da Reintegração?
Elogio Mineral pela gratidão
demonstrada e pela coragem de assumir tal postura. Sinceramente não conheço dos
seus nobres pares algum que tivesse peito para tomar a atitude que ele tomou.
Até porque sobre esta mesma estrada, e eu sou testemunha ocular – foi no antigo
programa do deputado Gilvan Freire, na Rádio Espinharas – quando Mineral pediu,
ao vivo, ao então governador Cássio Cunha Lima a execução da obra, e teve como
resposta a pergunta “de onde tiraria o dinheiro para a construção”. E quando
Mineral arguiu que era fácil de fazer, veio outra resposta contundente: “se
fosse fácil, os outros governadores já a teriam feito”.
Daí eu pergunto: o deputado
Antônio Mineral tem razão ou não de continuar apoiando na Assembleia os atos do
governador Ricardo Coutinho? Agora, a continuação deste apoio no futuro,
dependerá do seu partido, o PSDB que tem candidato próprio. Caso o partido que
até então não se manifestou sobre o assunto, feche questão, e ameace não lhe
dar legenda, não sabemos, na verdade, qual será a posição que tomará o
parlamentar.
O Democratas, que tem Efraim
Morais como componente do Governo, na condição de Secretário de Infraestrutura
e o deputado federal Efraim Filho, já liberou seus deputados estaduais para
seguirem o rumo que quiserem nas próximas eleições. Resta saber se o PSDB terá
o mesmo sentimento de altruísmo com o seu filiado que teve até outro dia,
comportamento exemplar no cumprimento das deliberações partidárias.
De resto, caso seja obrigado
a seguir as determinações partidárias, já terá o deputado Antônio Mineral, dado
mostras de possuir um sentimento pouco usado, não somente pelos políticos, mas,
também, por muita gente que costuma cuspir no prato que comeu, que é o de
gratidão.
José Augusto Longo
(josaugusto09@gmail.com)
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