Carros estão cada vez mais na mira de bandidos em JP; veja os modelos mais roubado

Se é para vender ou clonar, os carros com maior rotatividade comercial são os preferidos. Gol, Corsa, Celta, Palio, e outros populares são os mais procurados.

Na Paraíba, 1.239 veículos foram recuperados em 2015 pelas polícias Civil e Militar. Nas rodovias federais foram 87 no ano passado e 33 de janeiro a março deste ano.

Sejam populares ou de luxo, quando estão sob a mira de bandidos nenhum carro é impossível de ser roubado ou furtado. Somente no primeiro trimestre deste ano, a Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV) de João Pessoa registrou o roubo de 167 veículos. Segundo o delegado titular da pasta, Getúlio Machado, apesar de não haver registros de quadrilhas especializadas nessa modalidade de crime, a polícia realiza um mapeamento de possíveis locais de roubos e receptação para auxiliar na diminuição dessas ocorrências.

O roubo do veículo depende da intenção do bandido. Por vezes, o intuito é fazer daquele um carro para transporte alternativo e ainda existe a possibilidade de querer utilizá­-lo como meio para fuga de ações criminosas ou para vender suas peças, de acordo com o delegado Getúlio Machado. “Os carros populares são os mais facilmente roubados e furtados, porque são os que mais rodam nas ruas, contudo é relativo, não podemos dizer que carros de luxo também não sejam alvo de bandidos, o roubo depende da finalidade que se tem com o veículo”, explicou.

Se é para vender ou clonar, os carros com maior rotatividade comercial são os preferidos dos bandidos. Gol, Corsa, Celta, Palio, e outros carros populares são os mais procurados.

Os carros populares também são alvos de bandidos que tenham o objetivo de revender peças ou utilizar veículos para transporte alternativo. Já quando a intenção é ter um carro que possa auxiliar em casos de fugas policiais, os carros de luxo são a escolha, por conta dos motores possantes, segundo Getúlio Machado.

Não é incomum haver casos de roubos de carros em João Pessoa e a polícia possui um mapeamento dos locais onde o maior número desse tipo de ocorrências é registrado.

“Com relação aos carros mais novos, a área de maior incidência é a praia, o Bairro dos Estados, Tambauzinho, Expedicionários. Esses são os bairros onde ocorre o maior número de casos novos roubados, com assaltos à mão armada e tudo. Carros populares não têm um padrão, mas aqueles mais velhos, em que se faz ligações diretas para realizar o furto, tem casos de roubos registrados mais em áreas de periferia”, detalhou.

Esse mapeamento de casos feito pela polícia ajuda a não somente saber onde os casos ocorrem, mas também realizar um reforço do policiamento nas áreas em que mais se registram roubos e furtos de veículos. Contudo, não existem quadrilhas especializadas nesse tipo de roubo, conforme o delegado da DRFV da capital. Ele explicou que a cada novo caso são realizadas diligências, abordagens, investigações e checagens. Além disso, há pessoas apontadas como receptoras de veículos roubados que também estão sob investigação.

“Nós fazemos investigações em sucatas e outros locais de venda e troca de peças de carros. Apesar de não ser nossa competência fiscalizar esses locais, fazemos isso, porque quando o destino é um ferro­velho é mais difícil reaver o carro. Mas temos equipes de investigação averiguando, constantemente, pessoas suspeitas de receptação. Agora, apesar disso, não cremos que hajam grupos especializados, tem mais pessoas isoladas realizando esse tipo de crime”, afirmou.

Boletim de ocorrência deve ser registrado

Era próximo do dia de Natal quando o doutorando em Engenharia Elétrica Bruno Barufaldi teve seu carro roubado no bairro de Tambaú. Ele ia buscar umas amigas para sair quando todos foram abordados por dois homens, que exigiram os seus pertences e, depois, pediram o carro. O objetivo dos bandidos era de utilizar o veículo para uma fuga, entretanto isso só foi descoberto três dias depois, quando o carro foi reencontrado por pessoas uma rua atrás daquela em que foi roubado. A polícia foi acionada e o carro devolvido ao seu dono.

De acordo com Bruno, a situação foi traumática, principalmente pelo fato da polícia não ter prestado assistência no momento do roubo. Contudo, ele declara a importância de realizar o Boletim de Ocorrência sempre que for vítima de uma ação criminosa. “Assim que fui roubado, fui ao posto policial e não tinha ninguém. Tivemos que esperar muito e isso fez com que não conseguíssemos reaver o carro no mesmo dia. Mas, apesar disso, sei que o fato de ter o registro do meu carro com a polícia foi fundamental para eu ter meu veículo de volta”, disse.

Após ser vítima, Bruno declarou que passou a redobrar os cuidados devido ao medo de ser novamente vítima desse tipo de ação criminosa. “Em qualquer lugar que eu pare, eu fico procurando pelo retrovisor para ver se tem alguém suspeito próximo, evito ficar muito tempo em locais esquisitos e estou sempre duplamente atento”, comentou.

As portas abertas com o alerta e o som ligado, que acabaram consumindo parte da bateria, foram os únicos danos deixados pelos bandidos no carro de Bruno. Segundo o delegado da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos da capital, em casos de roubos, a probabilidade de reencontrar o carro nem sempre é alta, contudo o sistema policial hoje auxilia para que haja uma interligação das informações em todo o país, facilitando essa localização. Por esse motivo, é necessário que seja feito o Boletim de Ocorrência o quanto antes.

“Existe uma probabilidade grande de ele ser encontrado, pois até pela placa se vê os dados do proprietário, da origem, do emplacamento, no sistema nacional. Se cair numa blitz eles sabem imediatamente de onde ele vem e onde foi roubado”, complementou.

Ao todo, 100 veículos foram recuperados pela polícia nos três primeiros meses deste ano contra 347 automóveis recuperados em todo o ano passado. Fiscalização engloba várias esferas policiais.

A recuperação de veículos roubados é uma ação que depende de todas as esferas policiais.

Além das ações de investigação realizadas pela Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos, ainda há as abordagens realizadas pelo Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran) e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Em toda a Paraíba, 1.239 veículos (entre motos, carros, caminhões e reboques) foram recuperados no ano passado pelas polícias Civil e Militar, nas cidades e rodovias estaduais. Nas rodovias federais que cortam a Paraíba, por sua vez, foram 87 veículos recuperados no ano passado e 33 de janeiro a março deste ano.

De acordo com o comandante do Batalhão de Policiamento de Trânsito, tenente­coronel Almeida Martins, além da fiscalização dos documentos e equipamentos de segurança nos carros e motos, também são efetuadas buscas em sistemas de informação para saber se há queixas de roubos ou furtos nos veículos parados.

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Com Jornal da Paraíba