Imagine você, eleitor, ter de se deslocar até 200 quilômetros para exercer seu voto nas eleições que estão por vir. Esta é uma possibilidade cada vez mais próxima de ocorrer não somente na Paraíba, mas em todo o Brasil, devido à resolução, assinada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, que determina a extinção ou remanejamento de zonas eleitorais – na Paraíba, das 77 existentes, pouco mais de 50 serão mantidas.
Em 2014, 510.208 pessoas, ou 18% do eleitorado paraibano, não votaram. Críticos da decisão afirmam que isso irá aumentar, significativamente, a abstenção, uma vez que o eleitor tenderá a preferir pagar multa irrisória pelo não comparecimento aos locais de votação a ter maior despesa por ter que ir a outro município, por exemplo, para depositar seu voto nas urnas.
A presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, Maria das Graças Morais Guedes, contrária à reordenação das zonas eleitorais, já afirmou que a medida causará prejuízos financeiros à Corte. É que a biometria que estava em curso, com estimativa de conclusão ao final deste ano, terá de ser refeita. E não é somente a dificuldade de acesso aos locais de votação que causará transtornos à população. A resolução também fragilizará a fiscalização, por parte de juízes eleitorais e promotores, do transcorrer de processo eleitoral, em algumas áreas da Paraíba.
Na próxima sexta-feira haverá audiência pública na AL-PB para debater a possibilidade de extinção de zonas eleitorais – proposta dos deputados Raniery Paulino (PMDB) e Jeová Campos (PSB). “Essa decisão do TSE é grotesca”, critica o socialista. O TSE justifica a medida: terá economia de R$ 13 milhões por ano.
BlogSãoMamede1 com PBAgora
